terça-feira, 1 de julho de 2008

Presente do indicativo x presente do subjuntivo

Na Língua Portuguesa, para se conjugar um verbo, basta saber três estruturas verbais:

  • A primeira pessoa do singular do presente do indicativo;
  • A terceira pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo;
  • O infinitivo.


 

Caracterizamos o presente do indicativo por meio da frase Todos os dias..., ou seja, quando se quiser conjugar um verbo nesse tempo, basta pensar nessa frase. Por exemplo: Todos os dias eu estudo. Aí está a primeira pessoa do singular do presente do indicativo do verbo estudar. Por meio dessa pessoa, conjuga-se o presente do subjuntivo, tempo que caracterizamos pela frase Espero que... .

Se o verbo for terminado em ar, retira-se a letra o da primeira pessoa do singular do presente do indicativo e acrescenta-se e; se o verbo terminar em er ou em ir, retira-se o o e acrescenta-se a. Por exemplo:

Todos os dias eu canto. Retira-se o o e acrescenta-se e: cante é a base para o presente do subjuntivo.

Todos os dias eu vendo. Retira-se o o e acrescenta-se a: venda é a base para o presente do subjuntivo.

Todos os dias eu parto. Retira-se o o e acrescenta-se a: parta é a base para o presente do subjuntivo.

Para conjugar esses dois tempos em todas as pessoas, devem-se acrescentar as seguintes desinências verbais: s, para a segunda pessoa do singular, tu; mos para a primeira pessoa do plural, nós; is para a segunda pessoa do plural, vós; m para a terceira pessoa do plural, eles. Antes dessas desinências, acrescenta-se a vogal temática às pessoas tu, ele, nós, vós, eles. Cada terminação tem sua própria vogal temática: a dos verbos terminados em ar é a; em er, e; e em ir, i. Aos verbos terminados em ir, acrescenta-se e às pessoas tu, ele e eles e i, às nós e vós.

Presente do Indicativo:

Radical 

Vogal temática

desinências

cant 

 

cant 

cant 

cant 

mos 

cant 

is 

cant 

Presente do Subjuntivo:

- o + e 

desinências

cante 

cante 

cante 

cante 

mos 

cante 

is

cante 

m

Presente do Indicativo:

Radical 

Vogal temática 

desinências

vend 

 

vend 

vend 

vend 

mos 

vend 

is 

vend 

Presente do Subjuntivo:

- o + a 

desinências

venda 

venda 

s

venda 

venda 

mos 

venda 

is

venda 

m

Presente do Indicativo:

Radical 

Vogal temática 

desinências

part 

 

o

part

e

s

part

e

part

i

mos 

part

i

s

part

e

m

Presente do Subjuntivo:

- o + a 

desinências

parta 

parta 

parta 

parta 

mos 

parta 

is 

parta 


 

5 comentários:

Anônimo disse...

Eu gostei de ter visto esta matéria sobre desinências, mas continua uma dúvida: por que não posso dizer que o "O" de cato, não pode ser des. modo temporal, se ele demontra exatamente isso? ficarei muito grato se puderem me dar a resposta e o porquê.
e-mail: leudice.rodrigues@bol.com.br
marcos rodrigues

Dílson Catarino disse...

As desinências modo-temporais designam o tempo e o modo em todas as pessoas (eu, tu, ele, nós, vós, eles). Observe isso conjugando qualquer verbo nos tempos que têm desinência modo-temporal: eu cantava, tu cantavas, ele cantava, nós cantávamos, vós cantáveis, eles cantavam.
Já o o é designador da primeira pessoa do singular (por isso número-pessoal), do presente do indicativo. Não é, porém, desinência designadora de um tempo por não ser necessária às outras pessoas. Se o fosse, as desinências ste e stes também o seriam, uma vez que existem apenas no pretérito perfeito do indicativo.

Unknown disse...

Professor, tenho uma dúvida quanto ao uso do Presente do Indicativo e o Presente do Subjuntivo. Por exemplo, na frase "acho que você vai gostar de conhecer a turma toda". Sei que o Subjuntivo é empregado em frases que expressam dúvida, vontade, pedido, sugestão, ordem, sentimento. No exemplo acima há uma dúvida, marcada pelo verbo "achar", mas utilizamos o Presente do Indicativo e não o Subjuntivo. Por que?

Outros exemplos que usamos o indicativo em frases que expressam dúvida:

"Não sei o que eu faço."
"Será que eles estão viajando ainda?"

Estou ajudando alguns estrangeiros a aprender português e eles têm dúvidas quanto a isso e não sei explicar, já que para mim esse é um uso que está internalizado.

Muito obrigada!

W!SS disse...

Boa noite, professor! : )
Estou confusa... Qual seria a forma correta?

Mesmo que às vezes não façamos nenhuma pergunta, gostamos do que escreve.
Ou
Mesmo que às vezes não fazemos nenhuma pergunta, gostamos do que escreve.

Agradeço desde já! : )

Dílson Catarino disse...

O adequado é "façamos" em virtude da locução conjuntiva concessiva "mesmo que", que tem o mesmo valor de "embora": Embora não façamos...